Nunca uma candidatura legítima e com respeito pelo FCP e por quem o dirige, pode ser divisionista 10/03/2024 19:02 Dragão até à Morte

     

    Nota de abertura:

    O FCP é uma Grande Instituição Democrática. Os estatutos são cumpridos, as eleições realizam-se dentro dos prazos estatutários e ao contrário de alguns clubes, cada sócio tem apenas direito a 1 voto, não a 1, 5, 20 ou até 50, como acontece por exemplo no Benfica, onde as casas também têm determinados privilégios  - 50 votos - e que as do FCP não têm e ainda bem. Se durante muitos anos houve candidaturas únicas, isso não significa que alguém estivesse impedido de se candidatar, mas apenas porque os sócios entendiam que o clube estava bem dirigido, não sentiam uma necessidade de mudança. 


    Dito isto, em 2020 as coisas começaram a mudar, surgiram duas candidaturas de oposição, sinal claro que muito sócios já estavam descontentes com o rumo que o FCP estava a levar. Não ganharam, mas mostraram, principalmente a candidatura de José Fernando Rio que teve uma votação 26,44%, que ou se mudava o rumo, ou em 2024 a vida dos que querem manter o status quo ia complicar-se. É o que está a acontecer. E se as candidaturas que concorreram contra Jorge Nuno Pinto da Costa em 2020 não suscitaram um grande entusiasmo, o mesmo não se pode dizer a candidatura AVB às eleições de 2024. E o que fez o senhor presidente? Pois, em vez de encarar como natural, saudável, um sinal de vitalidade próprio de uma grande Instituição como é o FCP, o aparecimento da candidatura de AVB, dizer, seja bem-vindo quem vier por bem, sendo coerente com os desafios que fez aos críticos, não, encarou muito mal, considerou a candidatura de AVB uma afronta, provocação, falta de memória, ingratidão, um crime de lesa FCP. E quando ontem o senhor presidente diz que não quer contribuir para qualquer divisão entre portistas, com todo o respeito, senhor presidente, já vem tarde. Foi o senhor ao não encarar como normal e legítimo o direito que AVB tem em se candidatar; foi o senhor com declarações de péssimo gosto, por exemplo, "Cheguei ao Coliseu sem segurança", esquecendo as razões porque AVB precisa de segurança; foi o senhor ao desvalorizar uma das mais fantásticas épocas da história do FCP, apenas porque o treinador dessa época de sonho é seu opositor na luta eleitoral; foi o senhor que disse que o AVB queria vender o clube aos árabes; que tinha gente na sua candidatura que estavam lá apenas por causa dos direitos televisivos; foi o senhor que permitiu a convocatória de uma Assembleia Geral com pontos altamente polémicos e que culminou numa das páginas mais negras da história do FCP - sim, senhor presidente, bastava uma palavra sua para que essa AG não se realizasse; foi o senhor que não foi capaz de encarar de frente os tristes acontecimentos de 13 de Novembro e pedir desculpas aos sócios; que contribuiu e muito para a divisão que existe. Mas ainda vai a tempo. Basta perceber que se agora as coisas chegaram a este ponto, foi porque o senhor não fez o que precisava de ser feito e agora promete fazer na gestão do clube e SAD. Mais, lamentavelmente o senhor continuou em cima do pedestal, não tirou nenhuma conclusão do acto eleitoral de 2020 e como tal achou que nunca apareceria uma candidatura com o potencial da de AVB. Faça mea culpa, fale claro sobre a Academia, sobre os negócios que estão em curso, encare a candidatura de alguém que e cito, é tão portista como o senhor, com ele na presidência o senhor ficará tranquilo, diga que a candidatura de AVB é e tão só, um direito e uma prerrogativa estatutária que o AVB tem e diga também aos seus apoiantes que depois de 27 de Abril é importante um FCP unido, coeso e com todos a remar para o mesmo lado. Sim, porque tenho  a certeza que se perder será esse o discurso de AVB.


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    Portimonense 0 - F.C.Porto 3. Vitória natural e tranquila da melhor equipa 08/03/2024 21:17 Dragão até à Morte


    Depois da goleada ao Benfica e antes de ir a Londres defrontar o Arsenal, o FCP desceu até ao Algarve para disputar um jogo da 25ª jornada frente ao Portimonense. 

    Agora a seis pontos do 2° lugar e a 7 do 1°, sendo que o Sporting ainda tem um jogo em atraso, o FCP estava obrigado a vencer.  Venceu natural e tranquilamente, por números correctos, coloca pressão nos seus adversários que estão à frente.

    De início com Diogo Costa, João Mário, Pepe, Otávio e Wendell, Francisco Conceição, Alan Varela, Nico González e Galeno, Pepê e Evanilson, os Dragões entraram dominadores, depois de terem apanhado um pequeno susto numa bola metida nas costas de Pepe, que podia ter trazido perigo para Diogo Costa, na resposta, Nico adiantou os portistas, com assistência de Galeno, aos 7 minutos. Não demorou muito o conjunto de Sérgio Conceição ameaçar o 2°, Pepê isolado atirou à barra. Depois, Francisco apertado atirou à baliza, a bola bateu num defesa, passou perto do poste. Estava bem o FCP.
    Tentou reagir o Portimonense, chegou algumas vezes à área dos, hoje apenas azuis, mas sem grande perigo.
    Os portistas em vantagem, continuavam com mais bola, mais perigosos, podiam ter marcado, valeu a grande defesa do guarda-redes dos algarvios, a remate de Nico, os de Portimão praticamente só defendiam. 
    Apesar de praticamente só dar Porto, era preciso ser mais criterioso e contundente no ataque, não abrandar, manter a concentração e não começar a inventar, ir com mais vontade atrás do 2° golo. Era preciso não cometer os mesmos erros de Barcelos.
    Na parte final dos primeiros 45 minutos, já era uma equipa portista em ritmo baixo, um futebol muito pouco fluído, jogadores a receber parados, muito apostados em deixar passar o tempo.

    Assim, ao intervalo, vantagem mínima e justa dos Dragões, mas uma exibição que não entusiasmava. Importante que Sérgio Conceição no balneário lhes desse um forte abanão.

    Para a segunda-parte, portistas com o mesmo onze, mas a inspiração não era muita. Passes errados, futebol previsível, nas poucas vezes que fez bem, criou perigo. 
    Prova disso, foi o 2° golo. Galeno recuperou uma bola mal cruzada, foi para dentro, rematou ao poste mais longe e aumentou a vantagem aos 59 minutos.
    Com dois golos à maior, a equipa nortenha pôde sair com mais espaço, Galeno aos 67 minutos e sozinho, foi displicente, falhou uma oportunidade clara.
    O Porto controlava, mas não podia facilitar, deixar os algarvios entrar no jogo. Francisco Conceição que não estava tão inspirado como frente ao Benfica, esteve muito perto do 3°.
    Ao minuto 76 saíram João Mário e Nico, entraram Jorgie Sánchez e Eustaquio.
    Sem o Portimonense ameaçar, numa transição de qualidade, aos 79 minutos, o mexicano, entrado há pouco, assistiu Pepê para o golo três.
    Mais tarde, 85 minutos, Sérgio Conceição  voltou a mexer, saíram Galeno, Pepê e Evanilson, entraram Namaso, Gonçalo Borges e Iván Jaime.

    O jogo chegou ao fim com a vitória natural e tranquila da melhor equipa, que sem fazer um grande jogo cumpriu os objectivos e coloca pressão nos da frente.
    Agora é preparar bem o jogo de terça-feira em Londres frente ao Arsenal. É um jogo de grande grau de dificuldade, frente a uma máquina goleadora, muito forte individual e colectivamente, que continua favorita. Só Porto de alto nível e tal como no Dragão, tacticamente irrepreensível, pode sonhar.

    Cortaram o barato ao senhor presidente... 07/03/2024 16:02 Dragão até à Morte


    Não tenho procuração, mas peço desculpa ao senhor presidente por a candidatura de AVB ter cortado o seu barato - só isso justifica o comunicado da SAD do FCP. "Infelizmente, é inevitável concluir que a propagação destas falsidades menos de 48 horas depois de uma goleada por 5-0 sobre o Benfica teve como único objetivo impedir que o espaço mediático relacionado com o FC Porto fosse ocupado com os ecos do brilhantismo dessa vitória."


    O FCP perdeu em casa com o Estoril, empatou com o Rio Ave, empatou no Bessa, em Barcelos, perdeu em Arouca, como perdeu na Luz e em Alvalade, como já tinha sido eliminado pelo Estoril da Taça da Liga e perdido a Supertaça para o Benfica. Alguém ouviu o senhor presidente dizer alguma coisa? Não. Mas agora e após a goleada ao Benfica, foi ver o senhor presidente cavalgar a onda, até a carta aos jogadores se tornou pública. Só faltou dizer, exagerando, o grande obreiro da vitória fui eu. Não disse porque era excessivo e podia melindrar o seu último trunfo eleitoral, o treinador e uma espécie de irmão mais novo, Sérgio Conceição - já agora, a doutora Marta Massada é uma espécie de irmã mais nova.

    O senhor presidente e a administração da SAD, persistem na estratégia, errada, de tratar os portistas como seres não pensantes.

    Se em vez de opacidade, tivéssemos transparência, por exemplo, se em vez da confidencialidade do negócio se explicasse quem é a empresa que vai dar entre 60 e 70 milhões - logo aqui há uma diferença de 10 milhões de euros -, por 30% de uma empresa que vai ser criada, e por quantos anos é o contrato, evitavam-se especulações, juízos de valor errados. Se em em vez da teoria que se vai chamar gente das outras candidaturas para "um comité de auditoria mais alargado", se praticasse, explicasse às outras candidaturas os contornos de negócios estruturantes para o futuro do FCP, também se evitavam alguns mal entendidos.

    Mas como o comunicado do FCP nada diz sobre as vendas de 500 milhões brutos em seis anos e meio, que só deram proveitos líquidos de 52 milhões, apenas 11%, parto do princípio e que é verdade e também sobre isto gastaria de ouvir a SAD do FCP. Eu e acho que todos os portistas, não confundir com pintistas, gostariam.

    Já agora, é verdade a notícia que surgiu hoje que aos três anos de direitos televisivos já adiantados, também foram hipotecados dois de Lugares Anuais? E há mais alguma surpresa desagradável para AVB, se for eleito presidente, ter de enfrentar?


    Em vez de se questionarem porque será que a candidatura de AVB, de forma séria, sem demagogia e prometer o que não pode fazer, diz que no actual estado do FCP, muito provavelmente vai ser preciso vender jogadores, criticam o candidato, enquanto não abrem a boca sobre a origem de se ter de tomar decisões deste tipo, último recurso e que gostariam de evitar.

    São os mesmos que, mesmo que a realidade mostre sistematicamente que o senhor presidente diz uma coisa e depois faz outra - um exemplo: ninguém sai por valores abaixo da cláusula e depois vendemos, craques, por valores muito abaixo de jogadores que saem dos nossos rivais e de valor inferior -, acreditam convictamente que de repente, por artes mágicas, o futuro do FCP vai ser um mar de rosas, o senhor presidente e quem o acompanha vão passar a fazer agora o que não fizeram nos últimos longos anos. E agora, diz o senhor presidente, estamos em condições de segurar os melhores jogadores...

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    A campanha está aí e em força. Na semana passada correu mal, não apareceu ninguém, nesta... 05/03/2024 11:56 Dragão até à Morte

     

    Na semana passada quase tudo correu mal, no futebol e nas modalidades, ninguém apareceu. Esta, correu tudo bem, apareceu o senhor presidente e também o senhor Baía veio fazer mais uma prova de vida, congratular-se com os resultados do FCP. Se quisesse ser mauzinho, usasse o mesmo critério que serviu para atacar AVB, era capaz de perguntar ao senhor Baía quando despertou para as modalidades? E até tivemos acesso à carta que o senhor presidente escreveu ao plantel. 
    Pois, ganhamos, ganhamos não, arrasamos, goleamos o nosso maior rival e isso sabe sempre muito bem, mas é preciso não esquecer o que está para trás e justificar derrotas que pesaram muito na moral de todos, técnicos, jogadores e adeptos, aí ninguém apareceu a dizer nada. 
    Agora é tudo maravilhoso, temos uma grande equipa, fizemos grandes contratações, mas só se cita o que correu bem, o que correu mal e houve tantas coisas que correram mal - por exemplo, parece que acertamos no defesa central, mas foi depois de 32 milhões gastos e Otávio custou apenas 500 mil euros ao Famalicão. O que nos levaria a perguntar: com tantos jovens que vêm todos os anos do Brasil para a equipa B, ninguém reparou em Otávio? -, aí deve ser culpa de um bode expiatório qualquer, de todos menos do senhor presidente. E lá tinha de vir a comparação com o remoque de péssimo gosto à mistura, que estes 5-0 tiveram mais sabor que os 5-0 conseguidos pela equipa de AVB em 2010/2011.
    - Senhor presidente, não lhe fica bem essas comparações, em 2010/2011 o FCP ganhou tudo, quatro títulos, incluindo um internacional, jogava pra-carago, para enaltecer uma vitória, apenas foi uma vitória que por mais saborosa que seja, para já, não valeu mais que passar de 9 para 6 pontos em relação ao Benfica, não é necessário ser injusto para quem o senhor tanto elogiou na altura. 
    Se isto não é campanha eleitoral e em força, não sei o que é campanha eleitoral. E já foi dado o lamiré em relação ao treinador Sérgio Conceição... é só esperar para ver...

    Mudar o quê?, pergunta o senhor presidente. 
    - Ó senhor presidente, o senhor e quem o acompanha, não fizeram mais nada nas últimas semanas senão reconhecer que é preciso mudar, fazerem o que não fizeram nos últimos quatro anos. Ora tome nota: fim dos prémios de gestão; uma equipa renovada; a Academia, FINALMENTE, parece que vai avançar; o saneamento financeiro em dois anos; um comité de auditoria independente; refinanciar o passivo através de um instrumento financeiro de 250 milhões de euros; reduzir 20% os custos totais do clube; reestruturar o clube e colocar o sócio no centro do clube... Se isto não é uma mudança radical, é o quê?
    Quanto a dividir os sócios, uma mentira por mais repetida que seja não passa a ser verdade. O AVB e quem o acompanha, têm respeitado sempre a Instituição FCP e quem a dirige. E não vale a pena inventar, o único "crime" de AVB foi candidatar-se e liderar uma candidatura com potencial para discutir a vitória nas eleições de 27 de Abril. Quem dividiu foi quem a poucos meses das eleições tentou alterar os estatutos, introduzindo alguns pontos, chamemos-lhe apenas polémicos e que esteve posteriormente na origem de uma página negra que envergonha a história do FCP. Isso fez despertar consciências, os sócios mobilizaram-se, a partir daí, como referi na altura própria, nada ficou como dantes. Mas compreende-se que alguém que vive rodeado de elogios e palmadinhas nas costas, está habituado a programas onde a apologia da personalidade é o modus operandi, só ouve os cânticos de Pinto da Costa Allez, Pinto da Costa Allez, Allez, Viva o Rei, Longa Vida ao Rei, acha uma afronta, falta de memória e ingratidão algo tão natural como um sócio que cumpre os preceitos estatutários, vem por bem, candidatar-se à presidência do FCP. 

    Notas finais:
    Alguém que explique ao senhor presidente que vivemos novos tempos, tempos em que tudo que diz é escrutinado, logo checado. Por exemplo, se diz que não anda aos abraços aos presidentes de Benfica ou Sporting, corre o risco de aparecer nas redes sociais abraçado a Rui Costa. Mas não deixa de ter piada que no seguinte a ter feito estas declarações, um seu vice-presidente e administrador da SAD, o senhor Vítor Baía, tenha aparecido a abraçar Rui Pedro Braz, alguém que já disse do FCP e do presidente do FCP, o que Maomé não disse do toucinho. Cada um é responsável por quem abraça, mas quando se dá uma achega sobre abraços, arriscamo-nos a sofrer efeitos do ricochete.

    - Senhor presidente, sabe qual era o lema da campanha do dr. Martins Soares quando se candidatou contra o senhor? "Pela decência". Belo lema, não acha? Mas como agora o doutor o apoia, foi tudo maravilhoso nas campanhas passadas, não foi preciso redes sociais... claro, apenas porque não havia, se houvesse o senhor tem dúvidas que tinham a mesma influência que têm hoje? 
    Senhor presidente, as redes sociais até influenciam eleições em grandes países e não iam influenciar as do FCP?

    - Senhor presidente se diz que na sua candidatura não quer ninguém que tenha interesses televisivos, corre o risco de ver desmontada essa teoria. Ou não sabe que tem na sua candidatura alguém que está ligado ao consórcio que quer ganhar o concurso da centralização dos direitos televisivos da Liga?

    Finalmente, António Oliveira candidata-se aos Órgãos Sociais do FCP. Já que, mesmo querendo muito, nunca teve coragem de se assumir, agora vai na lista de JNPC. Também está bem...
    Saúde, António!

    Sejamos claros: o grande estratega, mentor e organizador da agenda da candidatura do senhor presidente, é João Koehler. Ora, há quatro anos, como é público, Koehler dizia cobras e lagartos da gestão do senhor presidente. Nessa altura faltou-lhe a coragem para se candidatar, agora vai com Jorge Nuno Pinto da Costa na tentativa de se dar a conhecer enquanto portista, marcar território para o futuro, mas também para olhar pelo dinheirinho que colocou na SAD - não sabemos em que condições... Sim, quem é que conhecia o portista Koehler antes de se começar a esboçar a candidatura às eleições de 2020? Sou um portista atento, que vive o FCP diariamente, não me lembro de nenhuma intervenção de João Koehler em favor do FCP, mesmo nos períodos de mais aperto, quando o clube era sistematicamente atacado, caluniado, vilipendiado, antes de ter dar entrevistas a ameaçar, agarrem-me senão... candidato-me!

    F.C.Porto 5 - S.L.Benfica 0. O jogo do tudo ou nada, foi um amasso e terminou com uma manita 03/03/2024 22:57 Dragão até à Morte


     

    Depois de ter cumprido a sua obrigação e ter-se apurado para as meias-finais da Taça de Portugal, vencendo nos Açores o Santa Clara por 2-1, o FCP, no regresso ao campeonato, tinha pela frente o Benfica, num clássico que estava obrigado a ganhar. 

    Com Diogo Costa, João Mário, Pepe, Otávio e Wendell, Francisco Conceição, Alan Varela, Nico González e Galeno, Pepê e Evanilson, o conjunto de Sérgio Conceição entrou bem, logo aos 2 minutos cruzamento de Francisco Conceição, Pepê em excelente posição no centro da área, cabeceou para as mãos de Trubin. FCP circulava bem, dominava, pressionava, ameaçava, mas faltava mais assertividade no último terço.
    Amarelo para Sérgio Conceição aos 12 minutos.
    Pela primeira vez que chegou à frente, centrais do FCP a dormir, Tengstedt sozinho atirou por cima.
    Na resposta Galeno também perdeu uma boa oportunidade.
    Dragões após um canto bem marcado por Francisco Conceição, Galeno aos 20 minutos aproveitou a sobra, fuzilou e adiantou os azuis e brancos. Justíssimo. Foi apenas o corolário de uma superioridade evidente. Só dava Porto.
    Benfica tentou reagir, portistas trapalhões a sair de trás, não aliviavam, complicavam.
    Francisco muito bem, foi agarrado, amarelo para Morato. Era por ali...
    Excelente Diogo Costa a remate de Rafa. Jogadores do FCP já não recuperavam tão rápido, Benfica com mais espaço para jogar.
    Não demorou a reagir a equipa da casa, mas na frente Pepê preferia enfeitar com toques de calcanhar. Era fundamental aproveitar melhor e ser mais objectivo perto da área dos lisboetas.
    Quando fez bem, o FCP marcou. Mais um grande cruzamento de Francisco Conceição, amortie de Evanilson para o bis de Galeno.
    Inacreditável que o golo tenha ido ao VAR. Boa tentativa...

    O jogo chegou ao intervalo com a vantagem de dois golos, justa do FCP, que fez no seu conjunto, uma excelente primeira-parte.
    Que na segunda o conjunto de Sérgio Conceição não baixasse a concentração, procurasse marcar, tivesse bem presente o que se tinha passado em Alvalade na última quinta-feira, onde a reacção dos encarnados colocou em causa a vitória leonina que também tinha dois golos à maior.

    A questão que se colocava era como se ia comportar o FCP, equipa com algumas dificuldades em controlar o jogo, frente a uma equipa que estava obrigada a arriscar, pressionar mais à frente e para isso era natural  dar mais espaço, ficar mais exposta ao contra-ataque? 
    O Benfica fez duas substituições, Dragões com o mesmo onze.
    Como se previa o jogo recomeçou com o Benfica a tentar reentrar no jogo e o FCP a sair para a transição, mas faltava definir e passar bem, não perder bolas fáceis.
    Quando fez aquilo que deve, teve critério, Wendell aumentou a vantagem iam decorridos 55 minutos. Caminho aberto para a vitória dos Dragões.
    O Benfica acusou o golo, Otamendi já amarelado foi e bem para a rua. Se já estava bom para o FCP, ainda ficou melhor.
    Aos 63, o que perdeu Nico González... Só dava Porto, Benfica corria atrás da bola.
    Mesmo abrandando, pensando mais em controlar que aumentar a contagem, os azuis e brancos fizeram o quarto. Tudo bem feito, até Pepê, finalmente, regressou aos golos aos 75 minutos.
    O quinto esteve perto aos 78.
    Aos 82 Galeno deu lugar a Iván Jaime, aos 83 Jorgie Sánchez, Eustaquio e Namaso substituiram João Mário, Nico González e Evanilson, aos 88 saiu Francisco Conceição e entrou Toni Martínez.
    Em cima dos 90 minutos, de cabeça, Namaso concluiu uma bela jogada atacante, fez o quinto, estava completa a manita.

    Resumindo, um amasso total, fruto de uma grande exibição, onde o colectivo esteve em grande, permitiu que o talento se soltasse. Este Porto pode não ser a regra, mas tem de aparecer muito mais vezes.

    Nota final:
    O jogo do tudo ou nada, terminou numa goleada e abriu-se uma possibilidade...
    A situação continua difícil, a desvantagem para os da frente continua grande, mas agora é ganhar e ganhar, esperar que tal como na época passada eles acusem a pressão, a manita com que saíram do Dragão, cedam pontos, ao contrário de 2022/2023, os necessários para o FCP lá chegar... Se não for ao título, pelo menos ao 2° lugar tão importante para se abrir uma janela de oportunidade de estar na Champions da época seguinte.

    Santa Clara 1 - F.C.Porto 2. Objectivo conseguido e pouco mais... 29/02/2024 17:47 Dragão até à Morte

     

    Antes de receber o Benfica para um jogo decisivo - qualquer resultado que não seja a vitória dos Dragões no clássico é o fim da linha na luta pelo 1° e também 2° lugar, isto se a lógica não for uma batata -, o FCP viajou até aos Açores para terminar o restante tempo de um jogo que não devia ter começado, mas essa nova sumidade da arbitragem portuguesa, de nome Gustavo Correia, achou que se podia jogar futebol numa piscina.


    Obrigado a ter de utilizar todos os jogadores disponíveis que faziam parte da ficha do jogo interrompido, Sérgio Conceição escalou Diogo Costa, João Mário, Pepe, Fábio Cardoso e Wendell, Francisco Conceição, Alan Varela, Nico González, Galeno, Pepê e Evanilson, e o FCP entrou a sofrer um golo digno de uma equipa de regional. Lançamento lateral, bola metida na área, jogador do Santa Clara ganha de cabeça, sobra para outro jogador da mesma equipa que remata forte junto à marca de penálti, Diogo Costa larga e na recarga Rafael Martins adiantou os açorianos.
    Reagiu o FCP, também num lançamento lateral, Pepe ameaçou, azuis e brancos ganharam quatro cantos consecutivos, mas daí nada resultou.
    A perder e com o vento pelas costas, os Dragões alteraram o sistema, passaram a jogar com três defesas, dois laterais subidos, dois médios e três avançados, iam tendo bola, ganhando cantos, mas tudo muito atabalhoado, mal jogado, não criavam perigo. E o tempo da primeira-parte, 18 minutos+2 de descontos, esgotou-se, com o Santa Clara na frente do marcador e o FCP sem fazer nada digno de registo.

    A perder Sérgio Conceição tirou João Mário e meteu Namaso, voltou ao sistema natural, apenas com Pepê no lugar do jogador que saiu e inglês próximo de Evanilson. E o árbitro logo no primeiro minuto da segunda-parte, fez asneira. Francisco Conceição ganhou a frente, ia ficar isolado, foi empurrado, mas nem falta foi.
    Aos 51 minutos Galeno completamente sozinho falhou uma oportunidade clara. Mas não demorou muito o empate, Evanilson foi o marcador do golo.
    Conseguida a igualdade, os portistas foram à procura da reviravolta. Era preciso soltar em andar com a bola, Francisco Conceição quando conseguia sair do drible era parado em falta, quando não foi assistiu para Galeno adiantar o FCP aos 60 minutos.
    Em vantagem e com o Santa Clara a ter de correr atrás do prejuízo, importante aproveitar bem os espaços, não cometer os erros de Barcelos, não ficar a dormir na vantagem mínima.
    Cláudio Pereira, continuava a prejudicar o FCP, desta vez não assinalou uma falta clara sobre Namaso já junto à área, Galeno reclamou, levou amarelo. Estes verdadeiros artistas do apito sabem bem o que têm de fazer para singrar na carreira - e o artista já é internacional.
    O jogo entrou num período em que se jogou pouco futebol, do nada, após uma saída em falso de Diogo Costa, muito perigo junto à baliza do FCP. O mesmo num canto logo de seguida, com a bola a bater no poste.
    Aos 79 saiu Evanilson, entrou Iván Jaime, mas já era um Porto de cariz defensivo, com Galeno a ajudar do lado esquerdo e portistas com uma defesa de cinco. Portistas pareciam mais interessados em segurar a vantagem que ampliar o resultado.
    Em cima dos 90 minutos, saiu Nico González e entrou Grujic.
    O jogo terminou com a vitória sofrida do detentor da Taça de Portugal.

    Resumindo:
    Entrada forte no início da segunda-parte, reviravolta, mas depois pouco ou nada. O vento atrapalhou, mas o FCP tem obrigação de fazer mais, não pode ficar pela diferença mínima. Do nada podia surgir um golo que obrigava a um prolongamento que não vinha nada a calhar em vésperas de um clássico contra o Benfica. 

    Objectivo conseguido, Dragões nas meias-finais onde vão defrontar o Vitória SC. Mas tirando uns fogachos de Francisco Conceição, apesar de às vezes exagerar nas fintas, pouco mais há para realçar na exibição do FCP nesta tarde ventosa em São Miguel.

    Verdade em nome próprio 27/02/2024 13:04 O Tribunal do Dragão


    No futebol como na política, as campanhas de desinformação e mentira que visam alterar sentidos de voto são um fenómeno habitual e cada vez mais amplificado pelas redes sociais. A corrida à presidência do FC Porto não é exceção. 

    As caixas de ressonância que tentam descredibilizar a importante e pertinente candidatura de Villas-Boas têm feito uma grande aposta nesse sentido, basicamente confiando em duas narrativas: é o "candidato da imprensa de Lisboa" e "quer vender o clube aos árabes".

    São duas coisas tão fáceis de desmontar que custa a crer que alguém, de facto, acredite nisto. Mas lá está: quem propaga estas mensagens também não acredita nisto, porque sabe que é mentira; mas querem que acreditem, na tentativa de inibir os sócios do FC Porto que torcem por uma mudança a confiarem o seu voto a Villas-Boas. 

    Vamos por partes. É ou não verdade que Pinto da Costa é atacado pela "imprensa de Lisboa" há 40 anos? Pois claro. Porquê? Porque é o presidente do FC Porto. Quem lhe suceder será o novo alvo. Só os portistas querem um FC Porto ganhador. Não há nenhuma campanha pró-AVB nesses órgãos. Há o que sempre houve: ataques ao FC Porto. E quem lá está, neste momento, é Pinto da Costa. Villas-Boas será tanto ou mais atacado como presidente como o foi como treinador. 

    Além disso, nenhum jornal, nem nenhum comentador da CMTV não afeto ao FC Porto vai votar nas eleições. Só votam os sócios do FC Porto (bom, assim o esperemos, visto que a Assembleia Geral também era suposto ser apenas para sócios). A imprensa de Lisboa é, simplesmente, um fait diver, porque não pode ter interferência direta nas urnas. Pode alimentar conversas de café e entreter serões, mas o seu "papel" acaba aí. 

    Outra bandeira de contestação dos apoiantes de Pinto da Costa é que Villas-Boas "vai vender o clube aos árabes". É algo desmentido desde a apresentação da candidatura de AVB, mas alguns tentarão ir até aos confins do oceano para que acreditem nisso.

    "Porque não um o FC Porto como motor da defesa do associativismo que tanto nos orgulha!? Porque não um FC Porto fundador da Associação Europeia de Clubes de Associados, juntamente com Barcelona, Real Madrid ou Athletic Bilbau?", disse AVB, na apresentação do seu projeto. Associativismo: uma das bases da sua candidatura.

    Mas não chega, e o próprio Pinto da Costa insistiu nessa narrativa. Villas-Boas, e bem, desarmou a estratégia da atual administração: enquanto eles próprios venderam uma parte do FC Porto, através da criação de uma empresa para a exploração comercial do Estádio do Dragão, tentam distrair os associados com a mentira de que Villas-Boas é que prepara a venda da SAD. Não: a administração atual é que está a vender uma fatia do FC Porto para corrigir o aspeto da caótica gestão financeira da última década. Sim, o aspeto. 

    "Há candidatos que pensam que vou vender o FC Porto a árabes e príncipes. Era o que mais faltava, não passa de uma rábula que alguns candidatos querem inventar. Quem vende neste momento parte do coração do clube é a atual administração do FC Porto. Não temos nenhuma intenção de vender o FC Porto", clarificou Villas-Boas, na visita à Casa de Ponte da Barca. 

    Desde a primeira hora, AVB tem sido irrepreensível e claro na apresentação da sua candidatura. Abriu a sede de campanha, recebeu centenas de sócios e esteve disponível para questões como estas. A verdade está aos olhos e ouvidos de todos. 

    Portistas: informem-se e votem. Não com base em narrativas fictícias, mas como base na verdade. E a verdade é como o FC Porto: só há uma, como só há um Porto. 

    Para comentários diários, sigam O Tribunal do Dragão no X:

    Jorge Costa, o Bicho e o Macaco 17/01/2024 14:44 O Tribunal do Dragão


    Numa altura em que muito há para discutir sobre o FC Porto, não haverá melhor altura para recordar esta efeméride. Faz, esta semana, 21 anos. No Restelo morava a besta negra do passado recente do FC Porto. As equipas do tetra e do penta não lá tinham conseguido marcar nem um golo, nem com Jardel, e ainda estava fresca na memória a derrota por 3x0 que, na altura, semeava dúvidas sobre a capacidade de José Mourinho em treinar os dragões.

    A época 2002/03 até corria de feição. O FC Porto tinha acabado de vencer em Alvalade na jornada anterior e já poucas dúvidas havia sobre a conquista do Campeonato.  Mas o Restelo reavivou os fantasmas. 

    Ao intervalo, o FC Porto perdia por 1x0. Não que o Belenenses estivesse a fazer um grande jogo (o golo nasce de um desentendimento entre Baía e Pedro Emanuel), mas notava-se displicência e desinteresse na equipa portista, que já tinha dado ares de facilitismo poucos dias antes, numa vitória tangencial sobre o Gil Vicente para a Taça de Portugal. 

    No Restelo, o árbitro apita para o intervalo e, para ajudar à festa, os jogadores de FC Porto e Belenenses "pegam-se" no caminho para os balneários, com o próprio Mourinho a ter que ir separar os atletas. Furioso, o técnico preparava-se para uma palestra que não seria prazerosa para os ouvidos. Aí emerge o capitão, Jorge Costa.

    À entrada para o balneário, o Bicho colocou a mão no peito do treinador e pediu dois minutos a sós com os seus jogadores. José Mourinho não hesitou e deixou Jorge Costa fazer «o trabalho sujo».


    Rezam as crónicas que, na sua curta palestra, Jorge Costa ameaçou terminar a sua carreira naquele dia. Não poupou ninguém: Deco, Derlei, Capucho, Postiga, todos foram chamados à razão pelo capitão do FC Porto. As palavras «vergonha» e «respeito» foram repetidas desafiando qualquer recorde de decibéis. O mais notável: ninguém contestou a palavra do capitão. Nem Mourinho, que lhe deu carta branca, nem os jogadores. Todos sabiam que havia razão em cada palavra de Jorge Costa, que não só conhecia o seu grupo como se metia na linha da frente por cada um daqueles jogadores.

    O que aconteceu na segunda parte foi, simplesmente, a antecâmara do que o FC Porto viria a fazer mais tarde na receção à Lazio nas Antas. Foram 45 minutos absolutamente asfixiantes. O Belenenses não conseguia avançar 5 metros com bola sem que 2 ou 3 jogadores lhe caísse em cima. Ou batiam longo, ou perdiam a bola. O FC Porto venceu por 3x1 (Mourinho cometeu uma pequena gralha, ao referir-se ao resultado como sendo 3x2), poderia ter goleado, mas o que mais marcou o jogo foi quem assinou a reviravolta: Jorge Costa.

    Sete minutos após o intervalo o FC Porto já vencia por 2x1, com dois golos de Jorge Costa. Já era um central com golo (de recordar que fez 6 golos em clássicos contra Benfica e Sporting, notável para um central), mas foi o primeiro e único bis da sua carreira: primeiro num golpe de cabeça, depois numa jogada em que recuperou a bola no meio-campo, galgou metros com ela e finalizou uma jogada de insistência. 

    Mas mais importante: Jorge Costa não cobrava aos seus jogadores mais do que a ele próprio, e materializava isso com dois golos. O capitão, com o raspanete que passou ao intervalo, não mandou os jogadores para o campo de batalha; mostrou-lhes o caminho, liderou-os nessa luta. Daí ao título, a Sevilha e à dobradinha foi um salto. 

    Jorge Costa não recebe lições de portismo de ninguém: Jorge Costa é portismo. Nos maus momentos, nos bons momentos, na glória, na derrota. Tocou no céu, levantando 3 troféus internacionais, depois de ele próprio ter ido ao extremo oposto com a triste história da braçadeira atirada ao chão. Pagou por isso, aprendeu com isso. 

    Quando Jorge Costa regressa do empréstimo ao Charlton, houve desde logo a incógnita sobre quem seria o capitão. José Mourinho, adepto do sistema de votação, aproveitou a primeira reunião entre jogadores no estágio de pré-época para convidá-los a escolher, sem surpresa, entre Vítor Baía e Jorge Costa. Vítor Baía nem deixou a votação começar: tomou a palavra e disse desde logo que, por ele, Jorge Costa era o capitão dentro de campo. Mais, era o seu capitão. Ninguém precisou de votar: Jorge Costa era o capitão, sempre apoiado por Vítor Baía, que basicamente dividia as responsabilidades com o camisola 2 fora de campo.

    Quando Jorge Costa começou a usar a camisola 2, era a camisola do João Pinto. Quando o Bicho termina a carreira, já não era apenas a camisola do João Pinto. Era também a camisola do Jorge Costa. Jorge Costa honrava os pergaminhos de João Pinto, como este honrou aqueles que herdara de Virgílio. São jogadores à Porto. Bravura, honra, dedicação, inspiração - não precisam de estar inspirados, mas conseguem inspirar os colegas. Jogadores à Porto, capitães à Porto. 

    Jorge Costa nunca quis sair do FC Porto. Podia ter feito uma carreira à Fernando Couto, tanto que teve ofertas para sair - tanto para Itália como para o Barcelona -, mas não estava interessado. Saiu quando teve que sair, incompatibilizado com Octávio Machado pelo caso da braçadeira. Voltou quando o clube chamou por ele, numa altura em que podia ter ficado a fazer carreira em Inglaterra. Voltou para fazer história. 

    O Bicho deixou o FC Porto há 18 anos, na altura após cair no fundo da hierarquia das opções de Co Adriaanse para o centro da defesa. Mas os portistas não esquecem os seus. E prova disso foi o apoio que os Super Dragões deram ao capitão na hora da saída. «Perdoa-lhes, capitão, eles não SADem o que fazem.» Uma mensagem exibida numa altura em que havia muita crispação à volta do treinador do FC Porto, situação para a qual a rescisão de Jorge Costa não contribuiu.

    Jornal Público, 02/02/2006

    O respeito em relação ao ex-capitão do FC Porto era tão grande que ajudou a que o próprio Fernando Madureira não hesitasse em assumir que os Super Dragões deixariam de ser «o escudo da SAD». E que bom é ver o líder de uma claque defender assim o seu capitão. Até porque um capitão é sempre um capitão. 

    Jornal Público, 02/02/2006

    Quando o assunto é mística, Jorge Costa tem lugar à mesa. Quando o assunto é vencer, Jorge Costa tem lugar à mesa. Quando o tema é FC Porto, Jorge Costa tem que ter lugar à mesa. Não sou eu quem o diz: é a história e os respetivos protagonistas do FC Porto. E com razão.

    Com bluff e sem bluff 03/01/2024 14:56 O Tribunal do Dragão

    «Esticamos a corda e poderia ter rompido. Isto foi um pouco um jogo de póquer do nosso presidente.» Esta declaração de Fernando Gomes, na apresentação do Relatório e Contas 2022/23, viria a revelar-se particularmente curiosa um mês mais tarde. O responsável pelas finanças da SAD falava do negócio Otávio e citou aquilo que descreveu como uma grande jogada de póquer de Pinto da Costa: «Este foi o risco que a administração, nomeadamente o presidente, correu. Foi o próprio presidente que disse: 'Nós não vamos vender o Otávio até 30 de junho, porque eles estão tão interessados no Otávio que virão buscá-lo mais tarde'».


    Portanto, avaliando as palavras de Fernando Gomes, que não teria interesse em atribuir falsas declarações ao seu/nosso presidente, o FC Porto assumiu que iria vender Otávio, mas só depois de 30 junho, para não só ganhar mais com a transferência como para integrar essa venda no R&C de 2023/24, mais vantajosa para o fair-play financeiro. Tudo ok. Uma direção capaz de se mexer no mercado e surpreender na procura do melhor negócio possível é o que tudo queremos. 

    Até que Pinto da Costa falou no Thinking Football Summit e explicou que rejeitou sempre as ofertas por Otávio. «Não aceitei, depois, a oferta dos 60M, mas num dia em que o nosso treinador não estava, por estar a ser operado, o Otávio veio ter comigo a chorar, a dizer que eu não lhe podia prejudicar a vida.» Portanto, segundo Fernando Gomes, a estratégia de Pinto da Costa era vender Otávio depois de 30 de junho; mas segundo Pinto da Costa, vender nunca foi opção e só aceitou a saída perante o pedido e as lágrimas do jogador.

    Desengane-se quem pense que está aqui uma crítica. Pelo contrário, e basta voltar à primeira citação: estamos a falar de póquer. Bluff, estratégia, estar um passo à frente dos demais. Fernando Gomes deixou isso claro e, sendo ele o homem de confiança do presidente para as finanças da SAD há quase 10 anos, começamos finalmente a perceber melhor toda a estratégia do administrador. Lembrem-se: é póquer.

    Quando Fernando Gomes assumiu a pasta das finanças, e não sendo justo avaliá-lo pelos resultados da época 2013/14 (substituiu Angelino Ferreira em fevereiro), ao fim de uma época o cenário era este: passivo de 276 milhões, ativo de 359 milhões e capitais próprios bastante positivos: 83 milhões. Tal se deveu à operação EuroAntas, que significou uma injeção de 110 milhões nos capitais próprios da SAD. «Hoje temos uma empresa sólida que é respeitada nos mercados internacionais», celebrou Fernando Gomes.

    Pouco depois, contrato com a Altice. Entre os milhões que se perderam entre o pinhal e a árvore genealógica, foi um contrato que teve tudo para melhorar as finanças da SAD, com um bolo de 457 milhões que tinha tudo para aumentar a capacidade de investimento, reduzir a necessidade de vendas e reduzir a dependência de crédito. «A partir de agora podemos vir a deixar de ter de tomar decisões sob pressão. Permite gerir o clube de outra forma, mais objetiva económica e financeiramente e sem estar tão dependente dos ganhos ocasionais em janeiro e no final da época», dizia Fernando Gomes, numa entrevista publicada no DN no início de 2016. «De resto, a ideia é que este dinheiro não vá para reforços, porque para isso o FC Porto gera recursos suficientes. Iremos baixar custos, pagar dívida e ter uma gestão mais sã.» 

    As cartas na mesa e o par nas mãos (leia-se, EuroAntas + Altice) de Fernando Gomes e da SAD abriam excelentes perspetivas para o turn e para o river. Mas tudo veio rapidamente a revelar-se um flop. Ainda nem o ano tinha acabado e veio daí o plano traçado por Fernando Gomes para apertar o cinto. Três anos era o prazo. A SAD não só falhou em toda a linha como rapidamente voltou as capitais próprios negativos: 35 milhões em 2019. Ou seja, a metade do Estádio sacrificada não resolveu problema nenhum: apenas o adiou.

    Volvidos mais 4 anos (com pandemia pelo meio, certo, e aperto pelas punições e restrições há muito anunciadas pelo incumprimento do fair-play financeiro), o cenário é aquele que já todos conhecem. Desde que Fernando Gomes foi escolhido para assumir o pelouro das finanças, o passivo do FC Porto essencialmente duplicou: 532 milhões de euros. O ativo mantém-se agora praticamente inalterado, com 357 milhões de euros. Já os capitais próprios são abismais, ultrapassando os 175 milhões de euros. 

    Só Pinto da Costa saberá como é possível manter um administrador com tão paupérrimo desempenho no cargo. Os números são claros. Imaginem que um treinador chega ao FC Porto, herda uma equipa campeã e passa ano após ano a ter os piores resultados desportivos da história do clube. Ora, é isso que tem sido feito no pelouro das finanças. Sendo que não é possível ignorar que tudo obedece, ou deve obedecer, a uma hierarquia. Fernando Gomes nunca teve ou terá a palavra na hora de vender ou comprar jogadores. Não pode, sozinho, fazer nada. 

    Um presidente só é tão bom quanto os nomes que o rodeiam; o mesmo será dizer, quanto os nomes que escolhe para que o rodeiem. Mas voltamos ao início: estamos a falar de um mestre do póquer. E é nesse sentido que nasceu máxima expetativa em perceber o negócio antecipado por Pinto da Costa na entrevista à SIC e sobre o qual Fernando Gomes concedeu até duas entrevistas. O negócio que vai limpar os 175 milhões de capitais próprios negativos do FC Porto. Não se sabia, ou não se poderia saber, muito do negócio em causa, pois há contratos de confidencialidade (?) a respeitar, mas tanto Pinto da Costa como Fernando Gomes deixaram o universo portista de água na boca.

    Foram-se as 12 badaladas, as uvas passas e os adeptos do FC Porto ficaram como estavam antes: na expetativa. Nada foi comunicado. É um facto: o Relatório e Contas do primeiro semestre da SAD só é revelado no final de fevereiro. Só aí haverá a atualização do passivo, do ativo e, consequentemente, dos capitais próprios da SAD. Mas uma operação que visava, de forma histórica e surpreendente, limpar o maior buraco da história das Sociedades Anónimas Desportivas em Portugal é algo que se enquadra na definição pura de «informação relevante» para o mercado, logo que teria que ser comunicada. Tanto é que a CMVM pediu esclarecimentos e o FC Porto remeteu-os para o final de dezembro, da mesma forma que Fernando Gomes prometeu, em outubro, que os sócios seriam informados até ao final do ano da misteriosa e impactante operação de recuperação financeira. 

    Com 2024 em curso e sem mais detalhes sobre as cartas que Pinto da Costa terá na mão, resta esperar. Mas há uma certeza que pode tranquilizar os sócios: no final de fevereiro, faça chuva ou faça sol, o FC Porto terá que apresentar as contas do primeiro semestre. Com Otávio, com Champions, com Varela, com Iván Jaime, com tudo aquilo que fecha o último semestre e que foi prometido pela atual administração antes de se submeter a sufrágio. Podemos estar perante os maiores mestres do póquer, mas ninguém vai ter que ir às urnas enganado por um bluff, porque as cartas estarão na mesa. 

    Pepe, o capitão do FC Porto 20/12/2023 16:21 O Tribunal do Dragão

    «Enquanto fomos bons rapazes fomos sempre comidos.» A frase de José Maria Pedroto é intemporal, mas também pode ser adaptada a tempos mais contemporâneos: se formos anjinhos, podemos sempre ser comidos.


    Pepe, estandarte máximo da experiência no FC Porto, foi anjinho. Não é o primeiro capitão do FC Porto a ferver num clássico e a chegar à expulsão num momento de irreflexão, nem será o último; mas foi anjinho, deixou-se levar pela provação óbvia do adversário e fez o que não poderia fazer. Expulso, bem expulso, e a prejudicar o FC Porto numa altura em que ainda se tentava perceber se haveria capacidade para esboçar a reação à desvantagem em Alvalade.

    E agora? Que dizer de Pepe, capitão do FC Porto e braço direito de Sérgio Conceição em campo?

    Nada. Porque já não há nada mais a dizer sobre a carreira de Pepe no FC Porto e na nata do futebol mundial. Pepe é o melhor defesa da história da Federação Portuguesa de Futebol. Esteve nas 2 conquistas mais emblemáticas, foi o melhor jogador da seleção em 3 fases finais de Europeus, mais de 130 internacionalizações e ainda aponta ao Euro 2024; uma década de Real Madrid a esgrimir-se contra um Barça que reclamava o estatuto de melhor equipa da história do futebol, enquanto enriquecia um palmarés com três dezenas de troféus. 

    Pepe tem a carreira feita, mais do que feita. Vai ser sempre lembrado como o grande central que atravessou o Atlântico para fazer história no FC Porto, em Portugal e no Real Madrid. Não tem mais nada a provar, nada mais a fazer...

    ... e no entanto, o que continua a fazer Pepe? A lutar pelo FC Porto. Dia após dia, semana após semana, desafiando os limites cada vez mais reveladores da idade. Bate recordes de longevidade, brilha na Liga dos Campeões, e em vez que estar a gozar uma reforma dourada continua aqui, a lutar pelo FC Porto num dos momentos mais delicados da sua história, rodeado por alguns colegas de setor cujas limitações não deve ter encontrado muitas vezes ao longo da carreira. 

    Pepe não precisa do FC Porto; mas o FC Porto precisa, mais do que nunca, de Pepe. Estando bem, não há melhor. O problema é que o resultado de 23 anos de futebol profissional ao mais alto nível tornam a sua condição física numa incógnita semana após semana. Entre a lesão de Marcano e o desencanto com e de David Carmo, o FC Porto tem um problema enorme no eixo defensivo - e não só, visto que estamos perante um dos ataques menos produtivos da história do clube após 14 jornadas na I Liga.
     
    É difícil depender tanto de um jogador nas condições de Pepe. Mas é incontornável: sem ele, o FC Porto está sempre mais perto do insucesso. Pepe não se esconde. Luta pelo clube, pelos colegas, pelo treinador. É, simplesmente, o exemplo daquele jogador que adoramos se for nosso e detestamos se for adversário. Não é preciso uma toupeira no balneário leonino para se perceber que os jogadores do Sporting foram instruídos para tal ao intervalo - provocar Pepe. Não foi um acaso que, num lance em que queria simplesmente recolocar a bola em jogo, Pepe viu logo Gyökeres bloquear a linha de passe e Matheus Reis literalmente empurrá-lo para semear a confusão. Foi uma armadilha na qual Pepe, que não era expulso em jogos de um Campeonato nacional há 12 anos (!!), caiu de forma tão surpreendente quanto evitável.

    Mas ver um poço de experiência como Pepe cometer este erro é a prova viva para qualquer jogador de que, no futebol, nunca estamos em pleno controlo. Basta um deslize, uma desatenção, um espasmo para que o mais experiente dos jogadores pareça o mais infantil e inexperiente dos atletas. O que mostra que Pepe, como os demais, continua a ter um desafio: continuar a ser melhor, dia após dia. Saber que Pepe não é mais do que Zaidu, Zé Pedro, Diogo Costa ou Taremi: se está com o símbolo do FC Porto em campo, é um alvo a abater. E por ser melhor do que os demais, por carregar anos de conquistas e de provas de superação, torna-se ainda mais apetecível para os adversários. Quem detesta Pepe detesta o FC Porto; quem detesta o FC Porto detesta Pepe. Porquê? Porque ambos partilham a insaciável procura por mais, sempre mais; mais um jogo, mais uma vitória, mais um título. Não apaga nem justifica o erro, mas é por isso que Pepe vai dar a volta por cima. Porque Pepe não é um jogador à Porto. É um capitão à Porto. 

    Pepe não se esconde dessa luta e dessa responsabilidade. Deve desculpas aos colegas e aos adeptos, claro. O capitão do FC Porto tem que ser o primeiro no campo de batalha, mas deve ser o último a perder a cabeça em campo. E precisamos de Pepe.

    A qualidade de jogo praticada pelo FC Porto desde a pré-época é, possivelmente, a pior da era Sérgio Conceição. Isso não impediu a equipa de desde logo garantir, uma vez mais, a qualificação para os 1/8 da Liga dos Campeões, além de continuar a depender de si própria na luta assumida pela dobradinha. Mas mesmo que o futebol de Benfica e Sporting não deslumbre, o FC Porto deve a si próprio mais. Muito mais. Ou elevamos o nível exibicional, ou na próxima época não haverá Champions para ninguém. Há lacunas no plantel, mas o FC Porto tem plantel para lutar pelos seus objetivos. E capitão também. 

    (Nem) tudo é sobre Pinto da Costa vs. Villas-Boas 01/12/2023 20:41 O Tribunal do Dragão

    Não há um elefante na sala. Há uma manada. Todos os caminhos vão agora dar a Pinto da Costa vs. Villas-Boas. Curioso quando nenhum dos dois é, à data, oficialmente candidato às eleições, embora ambos e respetivas «tropas» já se posicionem nesse sentido. E como os atos eleitorais do FC Porto não são mais do que uma mera formalidade há 40 anos, é algo novo na vida de muitos portistas e vai ser forçosamente o tema dominante nos próximos meses.


    Ao contrário do que muitos possam advogar, não há «altura certa» para falar disto. O FC Porto, felizmente e por norma, está sempre a competir por algo até abril. Achar que há tertúlias que têm que ser limitadas ou quase tabu porque a equipa tem que estar «concentrada e unida» é insultar a capacidade de Sérgio Conceição e dos seus atletas em manterem o foco nos objetivos desportivos. Quanto a isso, podemos estar descansados. No balneário só há dragões, não há urnas nem candidatos. Nenhum futebolista fica acordado a ver a CMTV ou a fazer scroll nas redes sociais para perceber qual é a estratégia financeira da SAD e sobre em quem recai o sentido de voto.

    É a altura certa para falar disto porque é a altura em que emergem duas coisas que não se viam há 40 anos: a SAD com receio de um candidato e um candidato capaz de aglomerar a contestação crescente face ao desempenho da SAD. Prova disso é que uma simples Assembleia Geral para aprovação das contas 2022/2023, com objetivos e graus de complexidade bem diferentes da AG para alteração dos estatutos do clube, deu mais ares de um Pinto da Costa vs. Villas-Boas do que outra coisa qualquer.

    E a afluência é testemunha disso. Foi uma vitória de Pinto da Costa, porque as contas foram aprovadas. Mas foi também uma vitória de Villas-Boas, porque tomou a palavra e mostrou que a sua candidatura não vai recuar apesar das tentativas de intimidação e ataques de que tem sido alvo. Nada diz «estamos em período eleitoral» como ver dois candidatos terem vitórias na mesma noite. 

    E sim, os portistas estão investidos neste tema. Basta ver os números ou ler as reações ao último texto d'O Tribunal do Dragão. Houve 819 sócios a votar numa noite de quarta-feira. 53% de aprovação, 187 votos contra e 198 abstenções. Embora as contas tenham sido aprovadas e que a SAD se tenha congratulado com isso, basta ver o passado recente para sentir a contestação crescente: na aprovação das contas de 2021/22, não houve um único voto contra e apenas 5 abstenções; já em 2020/21, houve apenas uma abstenção. Os resultados são diferentes, mas a equipa diretiva é a mesma. 

    Há hoje mais adeptos a contestar Pinto da Costa nos palcos de decisão; mas isso não significa que não haja mais gente também a apoiar Pinto da Costa. Até à data, nenhum apoiante de Pinto da Costa sentia que o seu cargo estivesse sob ameaça. Hoje isso é uma realidade. Daí que não haja dúvidas que Pinto da Costa terá, em 2024, muitos mais votos do que os que teve em 2020; se isso significa que terá maior percentagem de votos, só o tempo o dirá.

    Os dois tomaram a palavra na AG: AVB para criticar o desempenho da SAD, Pinto da Costa para criticar AVB. Entramos no campo da opinião, claro: Villas-Boas teve uma intervenção pertinente e objetiva. Falou de factos, de números. Não foi para lá falar de ninguém, mas sim das contas da SAD. Nada do que AVB disse é desmentível. Chegando ao final da sua intervenção, patinou: o desafio de AVB à SAD, ao dizer que só aprovaria as contas mediante a devolução dos prémios, soou prontamente a populismo. Villas-Boas tinha acabado de enumerar o descalabro financeiro da SAD e de revelar que chumbaria as contas como forma de protesto; dizer logo a seguir que afinal aprovaria as contas se a SAD renunciasse aos prémios que recebeu mostrou incoerência. As contas só eram passíveis de serem boas ou más mediante a remuneração variável de 1,6 milhões? Não. Eram más, ponto. E seriam más independentemente da SAD receber 10 cêntimos ou 10 milhões pelo seu desempenho. 

    Pinto da Costa, no discurso final, visou diretamente Villas-Boas com acusações graves e que implicam esclarecimento. Primeiro, criticou AVB porque «veio para dizer mal». Não, AVB não disse mal: AVB enumerou números e factos. E se isso é dizer mal, é porque as contas são más. Mas a declaração chave foi esta: «Não venha ler papéis com números que lhe põem à frente.» Será que Pinto da Costa pode elucidar o universo portista sobre quem pôs esses números à frente de Villas-Boas? Parece saber coisas que não sabemos, até porque AVB ainda não apresentou nenhuma lista. Mais: levar um papel com números se calhar revela preparação; passar uma entrevista de uma hora a dizer «não sei», «não me recordo» ou «prefiro não responder porque não tenho a certeza dos números» revela outra coisa.

    No dia seguinte, Pinto da Costa continuou e recordou as declarações de Villas-Boas, em que afirmava que não concorreria contra o presidente: «Se calhar achou que eu ia morrer mais cedo, mas ainda vai ter de esperar para ir ao meu funeral». Este sim, é o verdadeiro fait-diver. Porque os dois candidatos já disseram algo que agora têm que desmentir. Não vale a pena citar Pimenta Machado. 

    Após a saída de Villas-Boas do comando técnico do FC Porto, Pinto da Costa deu uma entrevista ao L'Équipe em que dizia que iria sair da presidência do clube num prazo de 5 anos. Já lá vão 12. Em 2016, conforme citado pelo JN, disse que só se candidatou porque não havia mais ninguém. Quatro anos depois, apareceram Nuno Lobo e José Fernando Rio. Pinto da Costa disse então que afinal só não avançaria se um destes quatro nomes se candidatasse: António Oliveira, Rui Moreira, Vítor Baía ou... Villas-Boas. Pinto da Costa diz que AVB estava talvez a contar com a sua morte, mas também já se percebeu que Pinto da Costa só dizia isso porque não contava que realmente alguém o enfrentasse. 

    Vale também sempre a pena recordar as palavras de Pinto da Costa no último dia em que foi às urnas, em 2020: «(AVB) é um sócio com as quotas em dia, não teve de ir a correr pagar cinco anos de atraso como alguns, tem capacidade e se tiver esse desejo e essa motivação, tem todo o direito e seria uma boa opção». Se é uma boa opção, tem que se tratado como tal; feliz do portista que tiver a possibilidade de escolher entre 2 boas opções nas próximas eleições.

    Não haverá nada mais pertinente, por isso, do que ter um debate entre Pinto da Costa e André Villas-Boas antes das eleições em abril. Com ou sem papéis, frente a frente, olhos nos olhos um com o outro e sob o olhar dos portistas. De recordar que Pinto da Costa recusou, em 2020, entrar em debates com Lobo e Rio no Porto Canal. Aliás, disse que não recusou, simplesmente «não teve tempo», embora tenha dado 4 entrevistas antes do ato eleitoral - O Jogo, JN, ao Portal dos Dragões e... ao próprio Porto Canal. É por isso melhor começar a pensar em libertar já a agenda. Está só em causa o futuro do FC Porto. E para o FC Porto é sempre preciso tempo.